domingo, 31 de maio de 2009

Podrebras - Daniel Piza

Eu sou dos que acreditam que os jornais impressos não vão morrer. Ao menos o jornalismo escrito não vai. Há uma onda nos EUA de jornais antigos e tradicionais fechando. Aconteceu com um dos mais antigos país, o Rocky Mountain News, de Denver, CO, EUA. O famoso ‘isto matará aquilo’ é uma recorrência desde Victor Hugo, os livros matariam a cidade. Aconteceu com o telefone, que mataria as conversas ao vivo, com o cinema que mataria o teatro, com a TV que mataria o cinema, com a internet e agora com os jornais em suporte digital e a proliferação dos blogs e outros recursos de comunicação. Daniel Piza, articulista do Estado de São Paulo compartilha dessa mesma opinião.

Sou leitor contumaz de jornais impressos. Gosto de folheá-lo, de sentir o papel entre os dedos, da tinta que impregna os dedos e deixa marcas em tudo, do cheiro quase ruim de tão bom, de percorrer o espaço das páginas, de ler principalmente os articulistas e estabelecer com eles uma espécie de diálogo intelectual mediado. Foi assim, lendo o Estadão que passei a seguir o que escreve o Piza. Procuro não perder um de seus textos, muito menos suas ‘Sinopses’ aos domingos e se perco recorro ao blog [listado aí ao lado]. Piza é umas das penas mais lúcidas no jornalismo brasileiro.

Neste domingo, Piza escreveu sobre as 'Notícias da Podrebras', agência que divulga a podridão do poder público. Transcrevo aqui suas últimas linhas: “Num país de cultura oligárquica, onde a classe política sempre se protege da opinião pública por mais que brigue entre si, cidadania é sempre uma palavra bonita, não uma representação real. Aqui a máxima de que ‘à mulher de César não basta ser honesta, é preciso parecer honesta’, sofreu ligeira adaptação: à mulher de César não importa ser desonesta, basta parecer honesta. Ave.”

Um comentário:

Anônimo disse...

intiresno muito, obrigado