Recentemente assisti ao filme Linha de Passe [2008], de Walter Salles. Um belo filme, como boa parte dos filmes que fez – me refiro aos que assisti: Terra Estrangeira [1995], Central do Brasil [1998], Diários de motocicleta [2004]. O filme foi premiado no Festival de Cannes com a Palma de Ouro de melhor atriz para Sandra Corveloni. É um filme duro, difícil, porque retrata a realidade quase sem poesia, nua, crua, rude. Segue a linha dos filmes de Truffaut e de outros da Nouvelle Vague, que usam recursos documentais na construção da ficção, para reforçar a representação da realidade. Mostra de maneira bastante isenta, como a desigualdade social esmaga, achata, violenta e empurra as pessoas para baixo, para o lado, para a margem. Mostra a impenetrabilidade de São Paulo, sua impermeabilidade, sua dureza. É um filme difícil de ver porque escancara aquilo que vemos todos os dias pelas ruas das cidades do Brasil. Só que vemos tudo isso sem nome, sem endereço, sem história.
Uma frase de Samuel Wainer, contada em uma passagem de O afeto que se encerra, de Paulo Francis, resume bem a realidade do país retratada em Linha de Passe, assim como em outros filmes brasileiros: “Eles querem tão pouco e lhes negamos”.
viajando de hipopótamo
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Super legal receber tantos comentários e saber que tanta gente legal ainda
está ligada aqui no ostrigemeos! Confesso que estava com saudades da
blogosfer...
Há 11 anos
Um comentário:
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