quinta-feira, 18 de junho de 2009

quanto vale um ex-presidente

O discurso de José Sarney no Senado, se defendendo de acusações de manobras ilícitas, é de chorar. [leia o discurso na integra aqui] Na verdade, é a cara do Senado. Como a crise pode ser do Senado sem ser dele, senador e presidente da casa? Não entendo. Como não? Não seria melhor que ele dissesse ‘a crise do senado é minha também, é nossa’, não seria? Noa seria algo mais a altura de um presidente do senado que já foi presidente do país? Diz ele que herdou a coisa nesse estado. Ora, como se ele não tivesse sido exercido a presidência do senado em outras duas oportunidades nos últimos 15 anos, 1995 e 2003. [veja sua trajetória política aqui]

Como é possível que um ex-presidente do país se submeta a esse papel? Mais grave é apelar para sua história pessoal exigindo tratamento digno daquilo que já fez. Até o presidente Lula afirmou que Sarney não merece tratamento de pessoa comum. Como é? Não entendo.

Tivesse Sarney se dado ao respeito depois que foi presidente do Brasil, tivesse dado ao cargo que exerceu o devido valor, tivesse atribuído ao seu papel a importância que teve [o primeiro presidente civil a assumir a presidência depois dos anos da ditadura] não estaria hoje no senado federal.

Não vejo presidentes de outros países se metendo na política nacional de seus paises. Vejo-os assumindo papeis de proeminência, de conselheiros, de homens de fato especiais, que trabalharam por suas nações exercendo o cargo de mais alto grau de importância. Isso não ocorre no Brasil. Dos 4 últimos presidentes, 2 estão no senado [Collor e Sarney] e os outros 2 estão envolvidos na política partidária [Itamar e Fernando Henrique]. FHC vive dando pitacos malcriados e provocativos na política de Lula. Nossos ex-presidentes se rebaixam ao invés de cultivar uma aura de dignidade e altivez que merecem os grandes estadistas. Fácil concluir que não tivemos [e não temos] grandes estadistas ou, ao menos, presidentes de grande estatura.

Fora Sarney! Mas quem no lugar dele?

2 comentários:

Isadora disse...

Ser presidente é o ápice do veneno da mosca azul. Os nossos ex-presidentes não conseguem se colocar no lugar de ex e entender que os país tem de seguir seu caminho.

Glória disse...

Não suportei ouvi-lo, muito menos assisti-lo.