O Brasil teria um espaço engraçado se não fosse trágico. Um traço da nossa personalidade, do brasileiro, é ver graça em tudo, não ver mal em nada. Na verdade, estamos tão acostumados a ver coisas erradas por aí que nem nos damos conta de que de fato a coisa está errada quando nos deparamos com ela. Por outro lado, achamos que quem reclama é chato, está de mal com a vida, é ruim do fígado. Eu sou daqueles que enxerga coisa errada de longe e não vê mal nenhum em reclamar, pelo contrário. Senso crítico e autocrítica são coisas que não me faltam.
Outro aspecto da personalidade do brasileiro é considerar que o que é público não lhe pertence. Se é público, não é de ninguém. Se não é de ninguém e muito menos meu, não tenho responsabilidade nenhuma sobre aquilo. Por isso vemos tanto lixo na rua, tanto vandalismo por todas as nossas cidades. A face mais escura dessa particularidade é justamente o seu oposto: se o que é público não é de ninguém, quem chegar primeiro leva. Como não podia deixar de ser, essa postura se reflete na política brasileira já que a política é uma das formas pela qual nossa cultura se manifesta.
Essa é também, de certo modo, a história da ocupação do nosso território. Quem chegava primeiro tomava posse, se proclamava dono. Isso é bastante visível em nosso litoral, principalmente o litoral norte paulista, em que condomínios ocupam áreas de proteção ambiental, áreas que deveriam ser de todos e acabaram exclusivas para alguns poucos.
Outro aspecto da personalidade do brasileiro é considerar que o que é público não lhe pertence. Se é público, não é de ninguém. Se não é de ninguém e muito menos meu, não tenho responsabilidade nenhuma sobre aquilo. Por isso vemos tanto lixo na rua, tanto vandalismo por todas as nossas cidades. A face mais escura dessa particularidade é justamente o seu oposto: se o que é público não é de ninguém, quem chegar primeiro leva. Como não podia deixar de ser, essa postura se reflete na política brasileira já que a política é uma das formas pela qual nossa cultura se manifesta.
Essa é também, de certo modo, a história da ocupação do nosso território. Quem chegava primeiro tomava posse, se proclamava dono. Isso é bastante visível em nosso litoral, principalmente o litoral norte paulista, em que condomínios ocupam áreas de proteção ambiental, áreas que deveriam ser de todos e acabaram exclusivas para alguns poucos.
Passo todos os dias na rua Ary Barroso, em Campinas. Essa rua mereceria um estudo mais aprofundado, tão grandes são os absurdos existentes ali. A rua margeia uma área do que deveria ser o parque linear do, senão me engano, ribeirão tanquinho [por favor me corrijam se estiver errado]. A área que deveria ser um parque vai, lentamente, sendo ocupada para usos privados. Só pra mostrar dois exemplos. Uma barraca de comida, que segundo o ‘proprietário’, já está ali a sete anos. E um estacionamento de uma imobiliária que se mudou para o outro lado da rua recentemente.
Ora, se o poder público e as autoridades, representantes dos eleitores, não tomam conta do espaço público, não zelam por ele, não valorizam o que é de todos, o que acontece? Acaba sendo de ninguém, não tem dono e sendo assim, quem chegar primeiro leva. Esses são apenas alguns exemplos. Muitos outros poderiam ser dados, a cidade está repleta de casos, talvez até mais aberrantes.
Agora, será que ninguém vê isso? Será que ninguém enxerga o absurdo? Não precisa não, eu mesmo respondo: não, ninguém vê! A verdade é que ninguém vê mal nisso...
Ora, se o poder público e as autoridades, representantes dos eleitores, não tomam conta do espaço público, não zelam por ele, não valorizam o que é de todos, o que acontece? Acaba sendo de ninguém, não tem dono e sendo assim, quem chegar primeiro leva. Esses são apenas alguns exemplos. Muitos outros poderiam ser dados, a cidade está repleta de casos, talvez até mais aberrantes.
Agora, será que ninguém vê isso? Será que ninguém enxerga o absurdo? Não precisa não, eu mesmo respondo: não, ninguém vê! A verdade é que ninguém vê mal nisso...
2 comentários:
Às vezes me parece que tudo no Brasil que é público (dinheiro, espaço urbano, textos de internet) é de quem pega primeiro. Triste isso.
Bjo
é bem essa a imagem de quem reclama é chato, e está de mal com a vida. Com certeza a cidade está repleta de casos aí no Brasil.
aqui Onde moramos, a consciência ecológica, social começa desde o ensino maternal, que é padrão para a ilha toda. Começa primeiro no bairro onde moramos, cada um fazendo sua parte, cuidando, participando na coleta seletiva do lixo, limpeza e capinagem e todos participam. Então é compromisso que temos com a cidade, começando do seu bairro (é do micro em que pertencemos)
Se formos pensar em governo estadual, federal (que é o macro) , não se faz nada mesmo.
é a partir da sua casa, do seu bairro, da escola, enfim a cidade como um todo, cada um cooperando.
é um trabalho que requer vontade de fazer a ´diferença´ e não precisa de muita grana pra isso.
tá certo é um trabalho de formiguinha esse, mas absolutamente necessário. é difícil, porque ninguém quer dispor do seu domingo pra ir fazer limpeza no parque do seu bairro, certo? ou na escola onde seus filhos estudam? aqui é assim, dá super certo. tá é outro mundo. mas é isso que faz a diferença. não olhar só para o seu, umbigo familiar, mas para o bem estar de todos, aí incluso a sua família que vai usufruir disso tudo tbém.
ficou meio confuso? é um assunto bastante salutar e interessante para refletirmos , agir e fazermos a diferença. deveria pauta de discussão nacional, com pessoas sérias que queiram realmente colocar a ´mao na massa´.
um gde abraço
madoka
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