terça-feira, 22 de setembro de 2009

22 de setembro é o dia mundial sem carro

Mas como? Apesar de ser totalmente a favor, vejo que as ações do governo deveriam ser exatamente nesse sentido, de privilegiar o pedestre e criar condições para que o usuário das cidades prefira ser pedestre a utilizar transportes motorizados. Se optar por eles, que escolha os coletivos.

Mas não é o que se vê nas cidades brasileiras. Não é o que se vê nas grandes cidades brasileiras. Ao contrário, o que se observa é justamente a opção pelo automóvel. Quando o governo de São Paulo inicia obras de ampliação das marginais do rio Tietê, compreende-se que a maior cidade da América Latina quer mais carros.

Em Campinas, o dia mundial sem carro foi marcado por congestionamentos mais extensos e demorados do que em dias normais. Não vi a administração municipal aderir formalmente ao movimento nem incentivar seus habitantes a aderirem. Nenhuma surpresa.

A cidade deveria ter um projeto que incentivasse os habitantes a serem pedestres. Tal projeto deveria pensar em 3 pontos primordiais: na organização de uma rede de transportes, coletivos e públicos, eficiente que não dependesse apenas de ônibus, na implantação de uma rede de ciclovias por toda a malha urbana e na construção e recuperação das calçadas da cidade. Tendo esse projeto, a cidade poderia incentivar seus habitantes a deixarem o carro em casa.

Infelizmente, as calçadas em Campinas são precárias, repletas de obstáculos que vão de postes de iluminação, placas de sinalização, cestos de lixo, telefones públicos, semáforos, desníveis de toda ordem. Além disso, o calcamento utilizado é inadequado [as pedras portuguesas são lindas, mas se soltam com facilidade] e exige manutenção constante. Fora as calcadas, há apenas uma ciclovia na cidade [na verdade uma ciclofaixa no asfalto compartilhada com os automóveis] em torno do Parque Taquaral. E por fim o transporte coletivo não chega perto de oferecer aos usuários o mínimo de qualidade.

É preciso fazer alguma coisa pra que Campinas não se transforme numa segunda São Paulo. Pelo que se vê nas ruas da cidade, isso não vai demorar muito a acontecer. No dia mundial sem carro, o trânsito de Campinas parou por excesso de veículos. Quem sabe um dia a situação melhora, mas não tenho esperanças de ver qualquer mudança de perto.

Um comentário:

Anônimo disse...

quando leio um texto que se refere a cidades, e de como elas estão sendo mal tratadas, me dá uma tristeza. Falta planejamento e gente séria na administração. Pois acredito que tem gente competente, engenheiros, pesquisadores, arquitetos pensando e refletindo para melhorias das nossas cidades do Brasil.
caminhar em sp, requer doses de atenção, quantas vezes não bati minha cabeça em cestos de lixto, destronquei o pé por causa de buracos, e as fezes? peloamordedeus. fico pensando em crianças e idosos. Imagine andar de bicicleta? impossível. não dá.
bjs
madoka